segunda-feira, 12 de julho de 2010

Balanço Energético de Um Sistema Integrado Lavoura Pecuária no Cerrado

Boletim Técnico da Embrapa – Luís Henrique, Luciano Cavalcante, Reginaldo Santana, Bruno José, Robert Michael, Segundo Urquiaga, Beata Emoke, Pedro Luiz.

SINOPSE: A região do Cerrado brasileiro, localizada na zona central do território nacional, compreende mais de 200 milhões de hectares compostos por diferentes tipos de solos que apresentam, como características particularmente comuns, a elevada acidez e níveis de fertilidade natural predominantemente baixos. A maior parte desta área compreende pastagens nativas e cultivadas, o que comprova a aptidão da região para a criação extensiva de animais. O início do desenvolvimento qualitativo e quantitativo da pecuária nos Cerrados coincide com a introdução, no início dos anos 1970, de gramíneas forrageiras de origem africana, notadamente as braquiárias, que rapidamente se adaptaram ao clima e ao nível de conhecimento tecnológico da época (KLUTHCOUSKI, et AL., 2003). A expansão da agropecuária nacional nos anos seguintes promove a introdução bem sucedida de culturas altamente mecanizadas, com tecnologias baseadas em elevado consumo energético, principalmente na forma de fertilizantes e defensivos, e baixa utilização de mão de obra. Com a evolução e intensificação das áreas utilizadas, associados ao manejo inadequado dos solos, inicia-se um processo de degradação ambiental devido, principalmente, à desestruturação física com erosão e compactação, e química, com perdas nos já baixos valores de fertilidade. As consequências diretas se traduzem em baixas produtividades, e na necessidade de ampliação das fronteiras, inclusive avançando sobre biomas mais sensíveis como as florestas tropicais, para manter, ou mesmo ampliar, os volumes de produção.
Os sistemas de integração lavoura-pecuária (SILP) introduzidos com sucesso na região dos Cerrados a partir do início dos anos 1990, com decisiva atuação da Embrapa durante todo o planejamento, pesquisa, implantação e difusão dos modelos, estão com certeza entre as principais alternativas tecnológicas para o manejo sustentável dos agroecossistemas da região. A partir deste momento passa-se a valorizar técnicas de produção que se baseiam principalmente no mínimo revolvimento do terreno e na manutenção adequada de níveis altos de matéria orgânica. Assim surge o sistema Barreirão e, 10 anos depois, o sistema Santa Fé, que associam a produção pecuária sustentada em sucessão com a de grãos, visando, essencialmente, a recuperação das pastagens degradadas com efeito significativo sobre as culturas associadas, que oferecem suporte e diversificação ao sistema.

CÁPITULOS: Resumo, Abstract, Introdução, Integração Lavoura-Pecuária, Material e Métodos, Resultados e Discussão, Conclusão, Referências Bibliográficas.